Oito dias de música e inspiração estão confirmados para o mês de julho em Novo Hamburgo. Após sucesso de público em 2023, o FeMusiK, Festival Internacional de Música de Novo Hamburgo, volta ao calendário entre os dias 21 e 28 de julho. Em 2024 o festival ganhou uma nova forma, com a edição especial que celebra os 200 anos da Imigração Alemã.
A primeira edição, que contou com mais de 400 participantes, entre professores, alunos instrumentistas e cantores, de diferentes países teve nove dias de programação que envolveram atividades artísticas, educacionais, concertos e recitais, que culminaram com a apresentação da obra Carmina Burana, de Carl Orff.
Após alcançar o marco de 500 inscritos, com o que seria a 2ª edição do festival, o FeMusiK também teve a sua programação modificada devido às consequências das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul, sendo canceladas todas as atividades formativas, mas mantendo uma programação artística e cultural de oito dias, a qual celebra o Bicentenário da Imigração Alemã em Novo Hamburgo.
8 dias de programação irão marcar o cenário cultural da cidade
A programação do festival terá atrações diárias que ocorrem em quatro locais que marcam o cenário cultural da cidade: o Teatro Feevale, o Teatro Paschoal Carlos Magno, a Fundação Scheffel e a Igreja da Ascensão.
A abertura oficial ocorre no dia 21 de julho, às 18h no Teatro Feevale, com um concerto da Orquestra de Sopros de Novo Hamburgo (OSNH), o qual contará com a participação da solista Maria Clara Welker, vencedora do Prêmio OSNH do Concurso Jovens Solistas de 2023, e Mario Adnet como convidado especial, com o Especial Tom Jobim.
Ao longo da semana o programa se divide entre diversos recitais de Grupos de Câmara, a apresentação do Polo Avançado do Projeto Núcleo de Orquestras Jovens de NH e o Concerto de Gala, com Olinda Allessandrini, Rodrigo Alquati, Diego Grendene e o convidado Daniel Wolff.
Sem dúvida, um dos momentos mais esperados do festival é o concerto de encerramento, que ocorre no dia 28 de julho, às 18h no Teatro Feevale, onde a Orquestra Sinfônica do FeMusiK apresentará a 9ª Sinfonia de Beethoven, homenageando o compositor alemão, e celebrando a obra que também comemora 200 anos de sua composição. Na ocasião sobem ao palco mais de 60 músicos e 110 cantores, para uma impactante apresentação.
Manter a programação do festival é essencial para enfrentarmos os desafios atuais com ainda mais força
Não somente os alunos esperavam a segunda edição do FeMusiK, mas também toda a comunidade que desfruta do enriquecimento cultural e do acesso à música que o festival oferece. Um dos grandes objetivos desta edição é levar conforto aos corações de todos, e obviamente, marcar esse momento tão importante da nossa história, honrando a trajetória da música e da cultura.
Apesar do cenário adverso, o diretor artístico Linus Lerner, destaca que “manter a programação do festival é de suma importância, pois mesmo que ele não possa ocorrer da forma desejada, a música é o bálsamo que alivia as dores. A música sempre vem depois de grandes tragédias para aliviar o coração e ajudar a curar a alma, é parte do nosso mundo, ninguém vive sem música”. Linus destaca ainda que “Essa é uma forma de mudar a vibração do nosso povo, e permitir novos olhares e pensamentos, e depois de tudo o que Rio Grande do Sul vivenciou, não há nada mais justo que buscarmos esse acalento através da música”.
O diretor executivo do projeto, Gustavo Müller, acrescenta que “é muito importante mantermos a festividade do Bicentenário da Imigração Alemã, visando o papel que ele preenche em nossa história, e com uma programação artística muito rica. Além disso, é uma forma de fomentar o cenário cultural, que já enfrenta dificuldades quando em normalidade, e que após uma tragédia como a que vivemos, é bastante afetado”. Para ele, o festival também é uma forma de apoiar os músicos do estado, as equipes que trabalharam ao longo do último ano para que o festival ocorresse novamente e uma maneira de manter a arte em plena operação, sem deixar de lado que isso é possível devido ao apoio da Lei de Incentivo à Cultura e dos patrocinadores.
9ª Sinfonia de Beethoven - Ode à alegria
A obra é um marco na história da música, pois foi a primeira sinfonia a colocar a voz humana (o canto) no mesmo nível que os instrumentos, ou seja, a primeira a ter coro, vozes e a participação de solistas. Esse fato tem uma ressonância muito grande com a chegada dos imigrantes alemães ao Brasil e à região, pois foram os responsáveis por implementar a primeira forma de interpretação musical da região através do canto coral.
Tornando-se ainda mais relevante para a celebração, a obra de Beethoven, que completou 200 anos de sua composição em maio, carrega um ideal que faz todo sentido com a simbologia do festival. A nona sinfonia incorpora parte do poema An die Freude ("À Alegria"), uma ode escrita por Friedrich Schiller, com o texto cantado por solistas e um coro em seu último movimento. Um canto romântico, que apelava à fraternidade, buscando o melhor lado do ser humano, tudo isso em uma época em que se buscava pela liberdade e o fim das diferenças sociais.
Por fim, interpretar a obra é uma bela forma de honrar a bagagem cultural dos imigrantes, tão forte em nossa região. Além disso, o evento oferece a chance de uma belíssima confraternização e o encontro de diversos grupos musicais de todo o Rio Grande do Sul, que faz jus ao apelo da obra e o momento que enfrentamos no estado.
Eventos abertos ao público e um chamado à solidariedade
Toda a programação do evento é aberta ao público, de forma gratuita. Nesta edição, pede-se que nossa comunidade se una em um ato de solidariedade, sendo solicitada a doação de um 1kg de alimento, como simbologia ao ingresso. Toda a arrecadação do festival será revertida à comunidade do Bairro Santo Afonso, atingida pelas enchentes, através do projeto Garagem Solidária.
Para conferir a programação completa, acesse o site https://femusik.com/
Fonte: Instituto Arlindo Ruggeri
Foto: Victor Lucas