Em 2024 é comemorado os 200 anos
da Imigração Alemã no Brasil. Por conta do bicentenário, a história dos
antepassados ganha ainda mais destaque neste ano. Por esse motivo a CDL-NH
reverencia o início do comércio em Novo Hamburgo, que se deu na Casa Schmitt-Presser. O local recebeu esse nome pois foi moradia de João Pedro Schmitt,
imigrante do Hessen, região da Alemanha, que atuou como importante comerciante
da região e é considerado um dos fundadores da cidade devido a sua influência e
prestígio local e regional.
Schmitt, foi o 2° alemão a se naturalizar brasileiro por causa de seus negócios, como terras e vendas. A cidade se desenvolveu através da casa de comércio dele, mas foi apenas em 1860 que ele recebeu a carta de comercialização, assinada pelo Império, que havia solicitado em 1850, ou seja, uma certidão de nascimento do comércio e uma forma de regularizar os negócios naquela época. Esta carta é inédita e existe até hoje, explica Ângelo Reinheimer, curador da Fundação Scheffel.
Casa Schmitt-Presser
Construída na primeira metade do século XIX, a Casa Schmitt-Presser é um dos mais antigos exemplares da arquitetura enxaimel, sendo uma das únicas no Rio Grande do Sul que ainda conserva todas as suas características originais, por esse motivo foi tombada em 1985, como patrimônio histórico e artístico nacional.
A venda
As “vendas” eram os lugares de maior movimento na região colonial. Ali se realizavam operações comerciais, trocas de informações e encontros sociais. Os vendeiros eram pessoas de prestígio e poder que comunicavam-se direta ou indiretamente, com a capital da Província. Eram bem informados e exerciam controle sobre as transações econômicas dos colonos. A “venda” de Johann Peter Schmitt, que funcionava no salão, era um dos mais importantes estabelecimentos comerciais da região. Sua influência abrangia, praticamente, toda a colônia de São Leopoldo. Funcionava como armazém de secos e molhados, drogaria, armarinho, papelaria, bar, casa de ferragens e, pelo tipo de relação que se estabelecia entre o vendedor, seus fornecedores e fregueses, também como “agência bancária”.
Quando Schmitt faleceu sua esposa Catharina continuou a atividade comercial. Em 1920, a casa foi alugada para sediar a padaria Reiss. Posteriormente, com o rebaixamento da rua, a edificação ganhou mais um andar. Neste espaço Edwino Rodolfo Presser, casado com uma neta de Schmitt, reabriu a “venda”. Comercializou tecidos, miudezas e alguns produtos de armazém até 1973.
Museu Comunitário Casa Schmitt-Presser
Em 1974, por iniciativa do artista Ernesto Frederico Scheffel, iniciam-se os trabalhos de preservação da casa, bem como foram propostas a proteção do Centro Histórico de Hamburgo Velho, parte da área do antigo lote colonial de Schmitt, conhecida como Parcão. Atualmente, a Casa Schmitt abriga o Museu Comunitário que remonta um armazém da época da colonização alemã, com uma grande variedade de produtos comercializados.
Imigração alemã completa 200 anos
Em julho de 1824 os imigrantes alemães desembarcaram no Vale do Sinos a pedido da Imperatriz Leopoldina com o objetivo de proteger as fronteiras. A assessora do bicentenário da imigração alemã, Ingrid Marxen, cujo pai também veio da Alemanha, explica que vieram para cá os imigrantes que tinham habilidade na agricultura, artesãos e não apenas soldados. “Eles tinham a missão de criar raízes”, enfatiza Ingrid. O navio chegou em São Leopoldo pelo Rio dos Sinos.
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