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Na noite de quinta-feira (17), a Casa CDL, em Novo Hamburgo, foi cenário de uma atividade especial dedicada à vida e ao pensamento do artista Flávio Scholles (1950–2024). O encontro reuniu o psicólogo e pesquisador Giovani Meinhardt e o produtor cultural Ralfe Cardoso, que compartilharam reflexões a partir de obras que dialogam diretamente com a trajetória do artista homenageado na exposição Quadros que Falam – Uma homenagem a Flávio Scholles, em cartaz no local até 9 de agosto.
A abertura da noite foi feita pelo presidente da CDL-NH, Leonardo Lessa, que agradeceu a presença do público e expressou sua satisfação com a realização da mostra. “Estamos muito felizes por termos a exposição do Scholles na Casa CDL. É uma honra poder receber e valorizar esse legado tão significativo para a nossa cultura”, destacou.
Giovani abordou temas presentes em seu livro Infância e experiência de realidade, inspirado nas criações de Scholles e na breve convivência que teve com ele, em setembro de 2021. “O livro ainda não existia, mas o Scholles já falava que seria sobre crianças. Acabou sendo sobre a infância dele”, contou. Para o autor, a apreensão de realidade do artista era tão sensível que o marcou profundamente. “A experiência com o vitral, ainda na infância, ressoou em Flávio antes mesmo de ele ser o Scholles. Isso me ajudou a entender a diferença de inteligência entre adultos e crianças”, refletiu.
Na sequência, Ralfe comentou o processo editorial do livro Quadros que Falam, escrito por Scholles e publicado pela Um Cultural. A obra reúne textos que o próprio artista escreveu sobre suas pinturas. “Cada vez mais, a arte tem a capacidade de transformar o que a racionalidade não alcança”, afirmou. Ralfe destacou ainda o papel de Scholles em alavancar a figura do colono e dar voz às mulheres. “É impossível não ouvi-las nas obras dele. Flávio foi um monstro da arte. Não existe nada parecido com o que ele fez”, disse. Ele também lembrou o monumento ao sapateiro, em frente ao Colégio Pio XII, como uma das criações públicas do artista.
A curadora Ana Hauschild agradeceu a presença do público e fez uma homenagem emocionada à filha de Scholles, Rudaia, responsável por preservar e dar continuidade ao legado do pai. “Ela é a história viva dele”, afirmou.
A atividade fez parte da programação da mostra que reúne pinturas de Flávio Scholles e reforça a importância de manter viva sua memória e contribuição singular à cultura do Vale do Sinos e do Rio Grande do Sul.